domingo, outubro 16, 2011

Libertino

Actores como crianças que anulam o tempo, querem tudo para agora...

Fugi do teu amor e quando regressei tu não estavas lá para me receber
e eu já não podia voltar para antes disso.

Ao contrário do amor previsível, tu não pareces saber aquilo que eu vou dizer
nem mesmo quando eu o digo.

As feridas que cravejam o meu corpo não te horrorizam,
mas as cicatrizes traçam a distância entre nós.

Selvático, com laivos geniais a texturizar a loucura, o meu ser devoto ao teu,
por obsessão desenfreada, jamais soube o que era feito de ti.

Flores da noite, colhidas ao luar, as mulheres que nunca preencheram o vazio de não te ter.

Agora o tempo passou e a rosa que te dei, no fim da tua actuação,
murchou à mercê de um palco deserto.

2 comentários:

Rudi disse...

Muito bom

Sónia Costa Campos disse...

Obrigada, fico contente que tenhas gostado :)