Guardava a minha alma
de noite e de dia
jamais desviava seu olhar
da minha parda face
enquanto eu sucumbia
Mostrava a devoção dos fiéis
e o sacrifício dos crentes
e soubera eu do seu destino
jamais sussurado entre dentes
o cruel desatino da queda
O que me leva a cair
que me impeça de re-ascender
O que me leva a sorrir
que nunca se aparta de mim
Pois longe estamos no vento do tempo
e mais perto estamos de chegar;
já não somos quem éramos, penso,
embora saiba que não se deixa de ser quem é.
sexta-feira, novembro 23, 2012
quinta-feira, novembro 22, 2012
O frio do desamor
Hoje senti-o: o frio do colchão do desamor,
acordar face a uma parede rachada
sem ninguém ao lado
sem qualquer esperança de vida.
Por breves momentos, senti-o:
o rubor esmaecido de memória de outrora,
quando o amor era bandido
e roubava suspiros sem demora.
A madrugada levou os sonhos bons
e deixou o deserto da realidade.
O meu amor nunca acabará,
é impossível que deixe de existir,
pois está ligado ao meu coração
e enquanto ele bate o seu pulsar
deixa-o repousado em mim.
acordar face a uma parede rachada
sem ninguém ao lado
sem qualquer esperança de vida.
Por breves momentos, senti-o:
o rubor esmaecido de memória de outrora,
quando o amor era bandido
e roubava suspiros sem demora.
A madrugada levou os sonhos bons
e deixou o deserto da realidade.
O meu amor nunca acabará,
é impossível que deixe de existir,
pois está ligado ao meu coração
e enquanto ele bate o seu pulsar
deixa-o repousado em mim.
sábado, novembro 10, 2012
Auto-Imune
Sempre tive relações temporárias com o mundo
e soube apagar logo a informação desnecessária,
porém o que resta no hotel da memória
não é agradável de se habitar,
mas necessário para não se repetir.
Como se pudesse controlar totalmente!
O mundo lá fora corre e eu sossegada
no tumulto da minha prisão e ostracismo
como nenhuma outra jovem mulher
construiu a sua solidão e o seu pensamento.
No meu quarto, os 36 espelhos que já nada me gritam
apenas acompanham a minha inexistência
como espíritos inertes, estátuas de quem fui.
Transfiro a dor em palavras
que a expiam temporariamente,
mas quem as lesse todas,
não conseguiria ver um décimo de quem fui.
As muralhas que o meu corpo ergueu
não se comparam às fortificações consequentes na mente:
a auto-imunidade de quem morreu a cada batalha
e teve que à força da vida ressuscitar
para continuar a guerra.
Os pacíficos, idealistas, como eu,
nunca conseguiram sozinhos as suas vitórias,
mas o meu ser - ariete contra os obstáculos
- não teve claques ou guarnições de apoio;
a solidão foi a minha força, o meu templo e construção.
e soube apagar logo a informação desnecessária,
porém o que resta no hotel da memória
não é agradável de se habitar,
mas necessário para não se repetir.
Como se pudesse controlar totalmente!
O mundo lá fora corre e eu sossegada
no tumulto da minha prisão e ostracismo
como nenhuma outra jovem mulher
construiu a sua solidão e o seu pensamento.
No meu quarto, os 36 espelhos que já nada me gritam
apenas acompanham a minha inexistência
como espíritos inertes, estátuas de quem fui.
Transfiro a dor em palavras
que a expiam temporariamente,
mas quem as lesse todas,
não conseguiria ver um décimo de quem fui.
As muralhas que o meu corpo ergueu
não se comparam às fortificações consequentes na mente:
a auto-imunidade de quem morreu a cada batalha
e teve que à força da vida ressuscitar
para continuar a guerra.
Os pacíficos, idealistas, como eu,
nunca conseguiram sozinhos as suas vitórias,
mas o meu ser - ariete contra os obstáculos
- não teve claques ou guarnições de apoio;
a solidão foi a minha força, o meu templo e construção.
Subscrever:
Mensagens (Atom)