Quisera que o fogo nos consumisse a alma na mesma fogueira
Mas a chuva debochada alagava tudo à nossa volta
E os amores impossíveis como de Tristão e Isolda
Só têm lugar na escuridão da noite
Sob o manto negro do céu.
segunda-feira, julho 31, 2017
sábado, julho 15, 2017
Saudades das tuas singularidades
Escreves muitos "a" sem "h"
E enquanto te leio falta-me sentir o teu sorriso a olhar para mim,
E toda a minha vida percorrida pelos teus dedos,
E até o teu som de estalar o corpo,
Como se sente nostalgia de ouvir o som que a antiga casa fazia;
O teu corpo esquálido de alabastro, o perfeito abrigo para o meu corpo aranhiço;
A tua vida a palpitar na calma excitação, essa ternura tranquila, que não se mede pelas palmas das nossas mãos;
O teu tacto e polidez a cada frase minha, quase como resposta biológica;
São singularidades que me vêm à memória e de que sinto falta no ruído da madrugada, para silenciar a minha mente e sossegar o meu coração.
segunda-feira, julho 03, 2017
O naturalismo dos Homens
Não falemos das plantas masculinas nem das plantas femininas,
Mas é sabido que todos preferem o corpo à mente com todos os seus tropismos.
As raizes ramificam-se e são super funcionais no que é superficial.
A fisiologia dos seres cuja função derradeira é a de se duplicarem apenas por uma questão narcísica de sobrevivência espalham-se pela terra.
Esta é a biologia e antropologia dos seres, que durante séculos maravilha os seus estudiosos. O mundo natural no seu primor e primordial significado.
mens insana in corpore insano
Nesta existência lentamente se degrada e se degenera
Nem sequer cumprindo a função de ser húmus para a terra
O corpo é cadaverizado em vida
E a morte já vem tarde para a recolha
Não falemos do espírito, da alma, da mente, pois esses nunca chegam a ser algum dia integrais,
Unos e sãos, completos na sua essência.
domingo, julho 02, 2017
Afogas-te nas memórias diluídas
Tal como eu embarco nelas...
Faltou-me saber reconhecer a verdade
Parar com os textos repetidos
E começar por admitir a vontade
É sempre tarde quando te apercebes
É sempre impossível quando não consegues
E acabas por ficar apenas com a maresia
de uma vida por viver
Os redemoinhos de repetições
Sucedem-se implacáveis
Nunca varrendo a inutilidade
E a vacuidade que cega,
Mantendo-nos sempre na escuridão
Eu esforcei-me demasiado
Fui contra a corrente
Qual eterna rebelde
Mas descobrindo o niilismo da vida
Como e por quê continuar
Em décadas sucessivas de naufrágio?
Habitas a minha insónia como um inquilino permanente
E na escuridão da noite és tu quem trazes a aurora a pouco e pouco
E a vertes sobre mim em sorrisos que nunca existiram antes de nós os dois
Das janelas das nossas mentes vemos os vôos infinitos dos nossos sonhos
E por instantes tudo é mais belo do que o mundo
As nossas mãos unem-se tão completamente que parecemos gémeos siameses no bater do coração sincronizado
E a vida torna-se uma possibilidade pela primeira vez
...
Entretanto desperto do sonho.
Foi tão imensurável a intimidade que aprofundaram numa só madrugada, que lhes valeu vidas inteiras que nunca viveriam.
A entidade que é a impossibilidade esteve sempre à espreita,
Tornando aquela mais bela felicidade em terna tristeza.
O silêncio antes da palavra dita
É igual ao instante anterior ao beijo?
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