terça-feira, fevereiro 09, 2021

Do caos e da racionalidade

 O caos vem como tempestade
envolta em tornados de detritos,
As marés que eram de serenidade
vêem-se incriminadas por delitos
que são inomináveis
para o comum mortal

Não sei mais quem te elaborou
nessa formulação climática 
de langorosa intensidade
que penetra fundo e não larga

Há pouco, com uma dose de racionalidade
bem que tentei observar-te
fazer com que te dissipasses
e até pensei que tinha conseguido
quiçá um bom bocado para começar
Mas não.

Sinto agora o sono que tens
Assim como sinto a ansiedade que tiveste
e provavelmente amanhã começa tudo de novo

Sei que não fui feita para isto,
ou se fui foram-me erodindo 
de diamante a calhau
até restar apenas um conglomerado de rocha
que se desfaz quando há fricção.

Não sei quanto mais tempo isto durará
embora saiba que o que nos une 
é dito ser enquanto houver muita proximidade
mas também é feito de gigante materialidade
como a de que é feita o caos e a racionalidade.

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