Quando tu me amavas eu sentia o maior prazer que já tinha sentido alguma vez. Os nossos corpos conversavam num encaixe tão sôfrego. Aquela fome que eu tinha de ti era tão gigante, mas tu alimentavas-me sempre com o teu desejo e davas-me de beber quando eu esperava com a boca suplicante pelo teu néctar. Tu para mim eras o meu deus apolo, a meu fruto preferido, a minha perdição nesse teu corpo de pôr-de-sol enquanto me levavas ao êxtase repetido testemunhado só pelos teus olhinhos de mar. Como é que olhos tão pequeninos penetravam sempre tão fundo com aqueles rasgos de azul e espuma? Sei bem como tu e eu éramos amantes incansáveis.
Hoje tenho medo de te encontrar. Não só por causa dos traumas que me fizeste ter, mas também porque o corpo lembra e sabe como sempre foi bom.
(2024 - não mais ;) )
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