segunda-feira, outubro 07, 2024

A minha morte

 Pela primeira vez penso em morrer e não me dá tristeza alguma. Parece que cheguei a um ponto, que não esperava chegar, de não só não me importar em morrer e querê-lo desde criança, como já não haver qualquer coisa que me dê qualquer rasgo de esperança ou de motivo para que deva continuar a sofrer de forma ilimitada todos os dias da minha vida sem nada de bom para suplantar a dor. 

Desta vez, a racionalidade e claridade são tantas que até poderiam me assustar. Não é como de todas as outras vezes em que era apenas fruto de um desespero cortante. Penso na Dai e no Gabs e como lhes queria dizer mais uma vez que os amo, mas já disse tantas vezes e, na verdade, entendo conjuntamente a isso que nada do que eu disse seja a quem for importou ou importará. Eu não existo para as pessoas (principalmente não para quem eu poderia querer mais do que tudo, o "meu mar"), ninguém sente de tal forma a minha falta que eu de facto vá fazer falta, por isso é que é bom e foi bom o que fiz. 

Eu era leve como o vento e ele soprava e me levava. Eu espero que me leve para bem longe e eu nunca mais volte. 


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