terça-feira, novembro 04, 2025

Indochina

 Amei-o como se ama pela primeira vez 
Com a febre da paixão inesperada 
Que nos toma e nos arrasa
E que não deixa nada em pé 

A urgência de estar perto 
A necessidade de o ver
Igual à necessidade de o ter
E eu sempre a amá-lo
Com o meu peito aberto

Por saber que não o teria 
Por saber que não o veria
Sofri como uma condenada
Numa eternidade amaldiçoada 

Às vezes penso em nós a sós 
Obrigados pela guerra
A fugirmos para um lugar remoto
Perdidos da Humanidade 
Náufragos em Ha Long labirinto




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