A monção não desabrocha as flores
Senão talvez no deserto
Assim como quando são sequiosos
Todos os nossos amores
Não se importam com nosso alagamento
Pois são terreno fértil à espera dele
Para nos acolher pertencendo
Há poucas pessoas assim
Que têm arcabouço para tanto
Mesmo quando já tinham amor de todos
Sabem que o amor verdadeiro é raro
E nunca é demais, pelo contrário
Pareceu-me que F. era assim
Será que fomos mesmo cobardes
Ou apenas nobres cavalheiros
Que põem o bem dos outros à frente?
Prefiro acreditar que sim
Que é para não me fazer mais descontente
Era uma vez um conto de rua
Um mural, dois amigos-irmãos, uma lua
Antes de chegar a enxurrada
Despedimo-nos com a ilusão do reencontro
Que nunca mais chegou a acontecer
Porque as águas quando vêm de novo
Nunca são exactamente as mesmas
E não sabemos para onde vão correr
*prefiro a palavra em inglês, monsoon, pq em pt faz lembrar moção 🤷🏽
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