sexta-feira, novembro 25, 2011

Amo alguém como tu.

30-04-2005, muito tarde, qs 3 da manhã...



Amo alguém como tu... Com a mesma solidão no rosto e o mesmo corpo desconcertado pelas dores da vida. As mãos e os modos de uma rudeza de um qualquer vagabundo e, no entanto, os olhos e o sorriso de uma criança, a mais terna e mais inocente de todas.
Amo alguém como tu que foste meu por uma eternidade e depois desapareceste como se nunca tivesses existido; como se tudo o que aconteceu tivesse sido o mais belo dos sonhos, agora esfumado na neblina do esquecimento.
Amo alguém como tu, que um dia me levou para o topo do mundo e me fez sua Rainha, e Deusa de todos os mortais.
Ando há longuíssimos anos, esguios, a amar alguém como tu, mas sem essa sombra dentro de si; só que infelizmente não existe ninguém como tu.
Pensei que o tempo fosse amigo e pudesse apagar a dor do anoitecer e do amanhecer, sucessivos sem ti, mas enganei-me, pois ainda estou, sem alternativa, à espera de que um dia possa doer um pouco menos que seja. Procurei remédios e bálsamos, mas nunca me serviram de muito, pois não existe cura para o mal que é não nos termos em nós, connosco sempre. Descobri há pouco tempo porque é que quando te pedi a minha Alma de volta e tu placidamente disseste que podia ir buscá-la quando quisesse, efectivamente ela não voltou a mim. Sim, talvez o maior mal definitivo, a minha Alma foi-se para sempre, pois ela já era tua. Hoje compreendo que o que separaram de mim à nascença (ou quem sabe antes) foi a Alma, para que eu tivesse a missão de me reunir com ela se me quisesse sentir preenchida alguma vez na vida. Foi precisamente isso que aconteceu, apenas com alguém como tu. Esse alguém como tu, é por mim amado ininterruptamente (comigo consciente desse facto) há quase sete anos, meu eterno.
Não sei se houve Amor igual ao meu, por alguém como tu, durante tanto tempo sem ti, mas gostava de saber se há quem tenha algum dia voltado a fundir-se com a pessoa que lhe ficou com a Alma. Só para saber se o meu sofrimento, a minha espera, o meu sacrifício e tudo o mais entretanto, só, são nada mais do que vítimas da minha alegada imaginação fértil. Saber se as madrugadas e os dias claros que passei a pensar em ti, a amar-te na tua ausência, tudo o que fiz, tudo de que abdiquei, tudo no que me tornei e toda a vida insípida e sôfrega que tive por não te ter; se foi tudo em vão. Há muito que não aspiro a Felicidade, apenas espero dar uso a este meu Amor que não cabe em lado nenhum, é maior do que tudo o que existe, e que eu sinto em todos os segundos da minha existência martirizante. O exercício de te amar, passá-lo à ávida prática; amar-te e amar-te e amar-te mais ainda, sempre, como eu tanto amo esse alguém como tu... E as palavras não chegam para tanto...Meu Amor, minha Vida, meu mais-que-Tudo, neste mundo e em todos os outros.
Amo-te

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