Deixa os teus queixumes no armário da cozinha
para que cada vez que lá vás,
antes de abrires a porta do armário,
desistas e, em vez, optes por comidinha.
Não precisas que te digam o contrário,
tu já não és a criança daquelas birras,
que fazias, quando chamavas as pessoas de más.
Pensa que quando os ânimos acirras
não é quem te admira
que te irá aplacar a dor.
Não te esqueças que à subida vertiginosa
também corresponde a descida aleivosa
que quebra em mil estilhaços
tudo o que tens feito sem abraços.
Tu tens em ti um grande império,
num empório de dois salões
-divididos por um biombo-,
um deles com queixumes amontoados
e outro com a liberdade, força e carácter.
Sozinho deves construir a tua fortaleza,
não dependendo de meros mortais,
e só então conhecerás a beleza
dos teus próprios versos
e não terás de usar o dos outros mais.
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