quinta-feira, abril 15, 2021

À Sombra do Chorão

 Não és longevo, ao contrário do que dizem,
apenas providencias o resguardo para leve brisa
enquanto a minha atormentada alma descanso
na tua sombra de salgueiro-chorão,
sentindo a água correr e não lavar a minha mágoa,
as minhas duras penas voando no vento apenas
e todo o manto de lamento da tua copa desfiada
quando me espremeram o coração.

Aquilo que sufoco no peito
é seiva que seca nas minhas veias
e sentada no teu tronco encostada
num improvisado leito 
sei que não é a mim que beijas
com as tuas folhas caídas ao vento. 

Sei que a tua memória ancestral
canta o meu pranto memorial 
e a tua frondosa raíz 
é o que me fará mais feliz. 


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