Perguntas-me como é que me lembro de tanta coisa. Curiosamente, ontem relembrei sobre essa capacidade de memória que as mulheres têm maior do que os homens, precisamente por causa da neuroquímica primitiva que nos fazia lembrar onde estavam os alimentos no meio da natureza para a recoleção. Também a nossa amígdala sempre hipervigilante nos faz estar sempre com memória de tudo e reconhecer as ameaças e riscos.
Essa história de sermos a nossa memória (nomeadamente a afectiva ser construída nos primeiros anos de vida para determinar tudo o resto do que se vai gostar pela vida fora), o meio em que nos formámos, a identidade nacional e cultural, o nosso imperativo biológico, seja pelos cocktails hormonais, seja pelo Adn hereditário, é tudo bastante estúpido. Sabendo disso há tanto tempo e tendo tido comprovação desses condicionalismos todos na última meia dúzia de anos ou mais, fez-me apenas confirmar a minha persistência em não alinhar nesse jogo.
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