Posso te contar o que sei
Ou aquilo que penso que sei
Uma vez que já tanto pensei
Em tudo aquilo que não sei
A tua voz é o meu porto de abrigo
Oiço-a agora de novo em loop
Nessa nossa mais recente canção
Que fiz de conta que cantaste
Mesmo para mim
Dias depois dos meus anos
Já a ouvi centenas de vezes
É a única coisa que tenho querido fazer
Ouvir-te esse pedaço
Aqui deitada no escuro
Rodeada da fealdade do mundo
Como se a sua brutalidade não me afectasse
Eu sei, sei que estou a fazê-lo de novo
Como naquele Dezembro há 2 anos
Com a outra música que programou-me a mente
Também quando estava em sofrimento
E só tu e a tua voz foram o meu ar
A minha bóia de salvação
É por isso que te tenho escrito
Porque não posso dizer-te
Como me salvaste a vida
Como eu que estou condenada
E completamente perdida
Te quis mais que tudo cuidar
E ajudar-te também a te salvares
Mas o choque que te fiz
É algo irreversível
E sei que o amor que te deu depois
No final de tudo foi bom
E que infelizmente ninguém escapa
A crescer e a amadurecer
A inocência perder
Senão eu sempre
Que sou só amor puro
E que tenho o monstro
Da violência e escuridão
Sob vigia e razão apertada
Tu fazes-me todas as horas
Serem tudo e nada
Enquanto aguardo-te
Que finalmente me digas
Aquilo que só tu podes dizer.
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