domingo, abril 30, 2023
Desculpas de maus amadores
Nomes
Esqueci-me de todos os nomes
Só o teu ficou
Quando a boca foge para a verdade
Também se foram as minhas fomes
Já só faltava eu a voltar à realidade
sexta-feira, abril 28, 2023
quinta-feira, abril 27, 2023
Gostava de ser outra pessoa, a que tu amasses e quisesses só para ti e que eu também me sentisse assim, sem qualquer dúvida, a tua mulher.
E quem nos sonhou assim, viesse apadrinhar-nos e finalmente ser feliz connosco, como a família que somos.
Ela e tu são tão fortes e tão frágeis. Talvez eu nunca tenha conhecido alguém assim, que me lembra tanto a mim.
domingo, abril 23, 2023
quinta-feira, abril 20, 2023
A dor é tanta que nos dinamita o peito
E as cordas vocais não vibram mais
Como se tivéssemos uma pedra na garganta
A impedir-nos de gritar cá para fora
Tudo o que se foi acumulando em nódulos
Sob todas as superfícies de pele
Bloqueando a passagem do sangue
Estancamos, mas não
A ferida jorra hemorrágica
Empapando-nos as veias num lodo
Como se de lamaçal fôssemos feitos
De um pântano em que nos tornamos
Onde sucumbem vagarosamente as nossas memórias
E últimas esperanças
Tu estendeste-me um pau
Viste que confiei em ti
E segurei-o
E depois largaste-o
terça-feira, abril 18, 2023
Por causa de ti deixei de acreditar (algo se quebrou em mim)
Aos 11 anos, deixei de acreditar que existia amor materno de verdade;
Aos 17 anos, deixei de acreditar que havia alma gémea;
Aos 18, deixei de acreditar num herói;
Aos 21, deixei de acreditar que ainda havia carinho;
Aos 31, deixei de acreditar no amor romântico;
Aos 34, deixei de acreditar que havia amor fraternal;
Aos 39, deixei de acreditar no amor de melhores amigos;
No dia de hoje, com 41 anos, deixei de acreditar no amor de irmãos de alma
Ainda restará alguma coisa?
Provavelmente quebrar-se de novo a diminuta réstia de crença que se recuperou em pelo menos dois itens.
Quando tu me negaste, eu nada sabia, foi a mim que enganaste, enquanto eu chorava e tu sorrias, usaste todos os disfarces, tiraste a minha alegria e só me maltrataste a ver se eu desistia. Mas todo este tempo, eu tinha ainda o sentimento de que tínhamos mesmo tido, mas agora vejo mesmo o quanto te deves ter rido porque me rogavas pragas e querias livrar-te de uma vez por todas.
(acabado agora, começado no dia 11)
segunda-feira, abril 17, 2023
Ironias da vida
Acabar com a condição inerente de antropocentrismo é urgente para se salvar a própria Humanidade.
domingo, abril 16, 2023
quinta-feira, abril 13, 2023
segunda-feira, abril 10, 2023
(Eu que sou Poesia, não sei.)
sexta-feira, abril 07, 2023
quinta-feira, abril 06, 2023
Poesia
terça-feira, abril 04, 2023
Sabes, minha amada/e, tu não precisavas de ser comigo psicopata, embora eu saiba que é da natureza do escorpião picar a rã (que também o sabe) que a transporta. Confio desconfiando porque me é sempre gritante a natureza humana até às suas profundezas que se ocultam de nós mesmos. Eu amei-te como menina, como irmã, como mulher até nessas tuas falsas volúpias. Se sentes que te tratei mal tu no fundo saberás o que és, a impureza dos homens que tens, a corrupção cravejada em cada molécula, o rancor que só vem confirmar que não há é amor. Porque amor é dádiva sem pedir nada em troca, pois senão seria apenas transacção comercial numa moeda nada original. Mas o que eu nunca pediria também era que me tivesses tão maus sentimentos e fingisses tanto. Lembro de uma série de pessoas a quem caiu a máscara, o momento em às vezes só com uma onomatopeia desintegrei-a. Eu nunca te quis assim para mim, porque acreditei que quando te fiz dos meus braços um travesseiro, eras mesmo só para mim esse lado teu real e verdadeiro.
segunda-feira, abril 03, 2023
Disseste, um dia, que esqueces rápido. Sei que é só a brisa da melancolia. A saudade que dizes ter de alguém, mas não passa do meio-dia. Porque és como um menino quando joga e fica horas embrenhado naquilo. Eu perco o tempo e dissolvo-me quando estou a desenhar. Sou apenas uma tinta que se dilui ao derramar.