segunda-feira, abril 10, 2023

 O meu “brain fog” a acentuar-se, sintoma agonizante, com a perda das palavras, o pensamento coagulado em nuvens cerebrais e eu começo a sentir a espiral do abismo a chegar, o redemoinho do tornado que me joga no precipício se eu não o parar. A raiva de ter-se estragado tudo entre nós, por tua causa, ou por minha causa, sei lá, mas rapidamente lembro que além da Arte, de sermos Mª Helena e Arpad, tu a produzires as mais belas metáforas, as prosas poéticas mais nobres, faltava um tanto sim, um pedaço importante, ou três, quem sabe?
Tudo tão perfeito, mas não, calei muito porque vivia de exaustão e sabotei tudo, porque sei como as pessoas são. Tu só confirmaste o que eu havia dito há muito. Mas mesmo assim: porque é que a Arte que alguém produz é tão mais bela do que os seres, todos eles, com as suas psicopatias?

(Eu que sou Poesia, não sei.)

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