terça-feira, abril 04, 2023

 Sabes, minha amada/e, tu não precisavas de ser comigo psicopata, embora eu saiba que é da natureza do escorpião picar a rã (que também o sabe) que a transporta. Confio desconfiando porque me é sempre gritante a natureza humana até às suas profundezas que se ocultam de nós mesmos.  Eu amei-te como menina, como irmã, como mulher até nessas tuas falsas volúpias. Se sentes que te tratei mal tu no fundo saberás o que és, a impureza dos homens que tens, a corrupção cravejada em cada molécula, o rancor que só vem confirmar que não há é amor. Porque amor é dádiva sem pedir nada em troca, pois senão seria apenas transacção comercial numa moeda nada original. Mas o que eu nunca pediria também era que me tivesses tão maus sentimentos e fingisses tanto. Lembro de uma série de pessoas a quem caiu a máscara, o momento em às vezes só com uma onomatopeia desintegrei-a. Eu nunca te quis assim para mim, porque acreditei que quando te fiz dos meus braços um travesseiro, eras mesmo só para mim esse lado teu real e verdadeiro.

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