domingo, agosto 31, 2025
Estória de um amor estragado
sábado, agosto 30, 2025
quinta-feira, agosto 28, 2025
Traumatizados
domingo, agosto 24, 2025
sábado, agosto 23, 2025
quinta-feira, agosto 21, 2025
quarta-feira, agosto 20, 2025
Depois de Yang
Muitos fotografámos na ilusão de poder retê-los, outros apenas congelámos na retina da memória.
Instantes preciosos, alguns em que pensámos mesmo "podia morrer agora que morria feliz", foram poucos mas pareceram únicos.
"É raro mas acontece muito", durante uma vida toda que dura.
terça-feira, agosto 19, 2025
Escreve-me cartas
Depois das oito pessoas de seguida em 8 meses no ano passado, reparei que perdi também três tios em quase dois anos. Definitivamente estou naquela idade em que todos morrem. Eu não sei se eu vou durar muito mais, mas ainda queria ter pela primeira vez uma vida de paz e com essa felicidade, sem que tenha de esperar pela morte para isso.
segunda-feira, agosto 18, 2025
Urgência
sábado, agosto 16, 2025
Desafio
quinta-feira, agosto 14, 2025
Depois, só há nós dois
quarta-feira, agosto 13, 2025
Insta
terça-feira, agosto 12, 2025
Fruto proibido
Proibiram-me de te amar
Proibiram-me de te falar
Proibiram-me de te ver
Mas quem disse
Que isso ia interromper
Todo o amor e a doidice
Que é te querer?
segunda-feira, agosto 11, 2025
Coração árido
quinta-feira, agosto 07, 2025
quarta-feira, agosto 06, 2025
O Tempo leva-me
terça-feira, agosto 05, 2025
Colibri
"os aztecas acreditavam que depois de morrerem transformavam-se em colibris".
e eu que sou um colibri, no que me transformarei?
(chorei no fim e tive mais uma hemorragia espontânea a vir da boca, dor de cabeça do mesmo lado de sempre..)
domingo, agosto 03, 2025
Desenvolvimento pessoal
Investi muito no meu desenvolvimento pessoal ao nível do interior para que fosse o melhor ser em termos de humanidade desde criança. Por isso, jamais ficaria mesmo com alguém que não estivesse à altura disso. Nunca mais encontrei ninguém. O meus tios todos tinham razão em dizer que não haveria ninguém que estivesse à minha altura e que eu não era nem devia ser como as minhas primas que dependiam de homens. Eu sempre fui demasiado eu. Demasiado para este Mundo. E isso chegou e sobejou para tudo e todos.
Da Fome
Minha querida criança
Minha querida criança, em 2019 surgiu um vírus ("covid-19") que se espalhou muito rápido tornando-se numa pandemia que fez com que tivéssemos de ficar isolados em casa durante muito tempo. Milhões de pessoas morreram nos três anos seguintes.
As pessoas reagindo animalisticamente correram para comprar tudo no supermercado, açambarcando sem pensar no próximo. Muitas não tiveram os cuidados necessários, como o uso de máscaras, evitar estar com pessoas, etc., e contribuíram para a infecção dos outros e consequentemente para as suas mortes. Muitos pais e filhos, muitas famílias inteiras, muitas pessoas chegaram a cair na rua mortas. O número de mortos acelerou de tal forma que não havia espaço para enterrar/cremar as pessoas. Foi um horror instalado. Depois começou todo o Mundo à procura de uma vacina. Mas até nisso as pessoas continuaram a tentar facturar e levar vantagem. Houve países competindo, houve muita desinformação e remédios falsos, nomeadamente de negacionistas.
Houve uns poucos raios de sol no meio desse longo breu: comunidades que se ajudavam nos bairros, pelas janelas de casa, pelas janelas virtuais, chegando a haver entretenimento assim à distância mas com essa sensação de estarem juntos. Isso uniu muito as pessoas nesses momentos, de terem sido tão tenebrosos, muitas ficaram depois também ligadas. Inclusive houve também muitas pessoas que se afastaram de tantas, perderam tantas para o vírus, e mudaram muito, e as suas vidas também, mas foi como se começassem uma nova fase, a de terem sobrevivido. Mas o Mundo não tratou desse trauma colectivo. O medo tomou conta de todos, a ansiedade, a dependência a coisas que fazem mal mas oferecem alívio instantâneo. Grupos formaram-se ainda mais antagonistas, porque tudo se tornou urgente e decisivo. Conhecemos a polarização das posições, as correntes do ódio ou do amor, do lucro e psicopatia, ou da empatia e da cura.
A vida virou um campo de batalha maior, com mais violência exposta, mais genocídios, mais crimes e mais loucuras inimagináveis. O esperado salto tecnológico que é costume ser registrado após pandemias ou guerras mundiais veio. Todos se agarraram a ele, especialmente como modo de se alhearem e dizerem que seguiram em frente.
Muito poucos tiveram coragem de enfrentar tudinho e tratarem do que é preciso ser tratado, bastante como eu fiz durante estes árduos anos de difíceis, mas também muito bons, processos; aliás, foi assim que te reencontrei e tentei cuidar. Processar lutos, fazer uma aprendizagem mais profunda sobre nós mesmos e analisar tudo com muita atenção.
A maioria das pessoas pôs-se a tentar fazer tudo e mais alguma coisa - não fosse haver outra pandemia já, ou catástrofe climática, e morrer mais gente -, mudar de vida, casar, ter filhos, etc., tudo o que andavam a adiar também. Agravados, imagino, pelas guerras que se intensificaram por todo o mundo.
Mas morreu sim mais gente. O que reabriu feridas. No meu caso, em 2024 foi uma sequência horrível de 8 pessoas em 8 meses seguidos. A par de ter visto crianças a serem propositadamente mortas de fome (em Gaza que tem sido praticamente obliterada de vez) tem sido impossível recuperar qualquer ânimo de vida.
Ninguém sabe com certeza o que virá a seguir, embora haja muitas probabilidades por aí e já realidades a insinuarem-se, mas na verdade tudo indica que ficará pior.
Enquanto houver psicopatas em lugares de poder, não há qualquer esperança realista de haver melhoria.