Um anjo fiel...
No mar infinito está
Com uma doce paixão
Que lhe faz cair
Para sempre preso está
E não se solta facilmente
Só mesmo com um grito
Que fere a dor na alma.
Uma flor jovial...
De amarga beldade
É pecaminoso o seu acto
Que mostra fragilidade
A fraca e submissa
Liberdade descontente
De quem ondula ao vento
Sem a rigidez real.
Um olhar penetrante...
É como se pudesse
Ver tudo o que não sei
Através daquilo que sinto
Ultrapassando aquilo que sou
Sem pedir sequer licença
E devastando tudo por dentro
À passagem consequentemente.
Um grito profundo...
De tanta intensidade
Que chega a doer na alma
E, já faz adiantar a chegada
Do fim do dia entardecido
Com o puro breu da noite
Na escuridão da voz
E no riso esgotante.
Um pôr-do-sol rubro...
Cinzento no mais íntimo
Não revela porque dói
Dor, que mata o coração
Sem deixar lembranças
Recordações, só frustração
Que não larga a sombra
Do personagem vivo-morto.
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