segunda-feira, abril 06, 2009


Este lugar é velho:
No ar vagueiam lembranças,
Cheiros e aromas de recordação
Na mística melodia do vento,
Transportando consigo poemas
Que agora me parecem áridos,
Vazios de terem estado cheios;
Duras são as fragrâncias
Relembradas pelo poeta;
Choro, outrora riso incurável,
Cá dentro já tem alento.
Só me esqueci de o esconder,
Tal como com as lembranças,
As quais me esqueci de esquecer.

Este lugar é velho:
Intrépidas estão gotas de orvalho,
Como quem espera um florescer
No tom do silêncio conformado,
As breves ruínas do meu parecer
Avistam-se ao olhar pelo horizonte
Naufragando perdido no tempo,
Infinito segregando murmúrios
De mistério e tesouro que é,
Cego pela distância que aflige
A herdeira da luz e beleza
Que resplandecem apesar de tudo;
O paraíso onde está aquele lugar
Ficou mudo de memórias obsoletas.

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