sábado, abril 25, 2009

111

Cento e onze vezes te beijei
em várias partes do corpo,
sempre à espera do sol
das madrugadas sensuais,
e nessas romarias de beijos
vislumbrei alta a lua.

A natureza ficou ali
estendida qual mar
e a morte qual céu
as duas divas do meu mundo
a eterna presença
de ambos androceu e gineceu.

A lira tocou cento e onze vezes,
sei-o de cor porque era eu
quem a fazia soar de cada vez
que tu olhavas o céu.

Nos desígnios do tempo e da sorte,
quem saberá o verdadeiro sentido
da hora e do número míticos
que assolaram o meu ouvido?

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