Pássaros que falam
De como perderam a sua aptidão
De voar livremente e tão bem
Contam que já nada têm
Pois quebraram-se as suas asas
Rasgadas ao maior descuido
Sem nada restar sequer.
Nuvens que choram
De tanta mágoa, secas de Razão
De correr tão apressadas além
Contam que já nada vêem
Pois taparam-se, com o sol, rasas
Ficadas ao sabor do ruído
Intermitente quando se quer.
Estrelas que calam
O silêncio mudo de coacção
Também de brilhar sem querer
Contam que já nada festejem
Pelas suas desgraças eu cuido
Ouvindo os seus lamentos de mulher.
Palavras que chagam
A pegada a caminho do coração
Lembranças persistentes retém
Contam que já nada têm
As letras não o têm possuído
Nem nunca outra coisa qualquer.
segunda-feira, abril 06, 2009
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