Hoje visitei o mundo
e ele não estava tal qual o tinha deixado.
As pessoas pareciam produtos de supermercado,
com prazo de validade, cores garridas e consumíveis.
Pessoas-garrafas, pessoas-latas, pessoas-frascos,
todas elas embalagens em vácuo
para uma melhor conservação.
Não fui às compras. Não comi nada.
Apenas fui visitar o mundo e ele serviu-me chá,
"de camomila ou hortelã?", quente,
porque estava muito frio lá fora.
No fim do dia, visitei as cores do ocaso,
veios rosa profundo num azul que entardecia.
O meu corpo envolto num manto de lassidão
e no entanto, já não sentia mais o frio nem o quente.
Acho que à medida que calcorreava o empedrado,
naquele fim de tarde, no regresso, o tempo parou.
Eu também fiquei imóvel depois de já não sentir qualquer brisa,
e pude absorver o que me rodeava e entender que o mundo,
o mundo das pessoas agora embalagens, mudou.
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2 comentários:
palavras com vida à flor de cada ponto!
um beijo terno
heduardo
obrigada Heduardo. Gosto muito do conceito que expões no teu blogue. Faz-me também lembrar o meu pai, nem sei bem porquê :)
beijinhos e obrigada
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