Domínios de demónios
luzes que tremelicam
e não há possível enxergar
a minha mente desatina
vira e mexe vai aterrar
numa espécie de vórtex
que não sabe parar.
Sou espetado pelas agulhas da raiva
mas aquela que chateia em segundos
e não pára de me cutucar
porque é ela que está presente
e eu completamente ausente
já não habito quaisquer mundos
nem pertenço a qualquer lugar.
Não falo de lava nem de fogo
não bebo dessa malga nem como
sei que tu és a praga que me assola
quando já nada mais me consola
Sinto os sismos
rodo nesses moinhos
triturando-se a esperança
que se teve quando criança
de encontrar doces caminhos
para se aventurar em solidão.
Descobri apenas que sou atormentado
por um sombreado no coração
embora negro ser alado
também se enterra no meio do chão.
Surto em rima redundante
que se afunda cada vez mais
nesse inferno terrestre
não é de Gil nem Dante
nem é preciso ir correr atrás
porque nas chamas sou pedestre.
Cinzas remanescem
sabendo que serás sol para outrém
mas nunca no meu céu merecem
aparecer estrelas e luar de além
para salvar quem nada tem.
terça-feira, julho 27, 2021
Inferno terrestre
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário