Tristeza não tem fim?

 Superlativo nada que é meu destino
e condenação perpétua
saber que foste de outras tantas
e serás ainda
mas nunca para mim
e que quem foi actriz
e se comportou como maior meretriz
foi quem te marcou indelevelmente 

Ó tristeza
que não tem qualquer beleza
porque o amor não gosta de mim
e não tenho qualquer certeza
e a aventura da vida não se eleva.

Pois é, já sei como é,
tens-me como detestável
e eu tentei ser só amável
até o meu próprio instinto de defesa
dar cabo de tudo sem que eu pudesse
ou mesmo conseguisse fazer algo.

Rogar-te-ia por um pedacito de carinho
como se de miolo de pão se tratasse
para quem tratas a pão e água
e nunca deste o teu amor

E não é porque não tens para dar,
pior é porque dás a todos menos a mim
de propósito
instintivamente reviras o olhar
quando pronuncias o meu nome
incomodo-te
mas já não tanto
será que te forças
de novo?

Não queria que nada disto tivesse acontecido
para mesmo uma acumulação de pragas
de todos aqueles besouros a gritar
e será que sendo como és
é tão difícil entender aquilo em que me tornaste?

Era tão mais fácil quando tudo era no início
um cuidado extremoso mas apenas isso.

Entretanto, continua a girar o moinho da vida
a esmagar os grãos de esperança e alegria
sem querer saber da tristeza desmedida
ou mesmo da vontade que o teu ódio me dá de morrer.