É assustador como se pode esquecer totalmente da existência de quem já significou tanto para nós e com quem já tivemos uma relação tão boa.
Atribuímos as relações ao momento, à época, à altura em que se viveu. Dizemos, como explicações, que o tempo passou, que as pessoas mudam, crescem em diferentes direcções...
É provável que assim seja e que outras pessoas tenham entrado nas nossas vidas entretanto e que acabaram por ter um papel semelhante, uma significação e relação parecidas com a que tínhamos com as outras que acabam por ficar pelo caminho.
Ainda assim, quando há por acaso um flash da memória tão vívido do sentimento da proximidade e intimidade que se foi para alguém, chega mesmo a ser assustador aperceber-se de quanto tempo se ficou sem se lembrar que a pessoa existe. Na realidade nem sabemos se ela ainda existe...
É essa ideia de que as pessoas servem um propósito em determinado momento na vida umas das outras e depois esfumaça-se tudo, às vezes sem mesmo haver grandes rupturas ou desentendimentos, apenas é algo que se vai gradualmente apagando, deixando se apagar muitas vezes como aquelas últimas cinzas flamejantes.
Depois, há uma ou outra pessoa, ou mais até quiçá, que nos considera inesquecíveis e nós também a elas. Até podemos lembrar delas volta e meia, mas se não lhes dissermos nada, nunca saberão, nunca teremos contacto real de novo.
segunda-feira, setembro 13, 2021
Só o efémero é eterno?
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