segunda-feira, março 07, 2022

O meu amor poeta

 O meu amor poeta
Fala uma língua estrangeira
É profundo e fecundo
Diariamente me inquieta
E traz o mar à minha beira

Os seus olhos são os espelhos da minha alma
Quando os vejo a pensarem em mim

Sim, queria consumi-lo
Assim como ele me consome
Nesse domínio que não tem fim

O meu amor poeta escreve livros
Alguns já os li e neles essa realidade
É minuciosamente crua
Porque ele roça a psicopatia
Em contos que rasgam toda a apatia

O que ele escreve sendo romancista
Não tem qualquer romance
Pois isso só está reservado 
Para os raros poemas 
Que escreve sobre mim. 


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