sábado, julho 23, 2022

Ódio

 Vivi tantos anos com a força do ódio
Das injustiças sofridas e vistas de perto
E durante esses anos sofria de uma raiva
E de uma revolta que não me largavam
Uma dor constante por haver gente assim
Tão horrível e egoísta para com os outros
Que não tinham maneira de se defender

Hoje o meu ódio regressou depois de anos
Poucos anos que ele me deixou em paz
Ou pelo menos tinha aprendido a isso
Ou a uma espécie de exausta resignação
Pela impotência e incapacidade de lutar 
Mas o que sinto agora é um ódio forte
Capaz se calhar de trucidar a própria morte
É sempre a injustiça que me faz retorcer
De uma forma que dá vontade de explodir

Como odeio todas as mentiras e abandonos
Que me fizeram crer tanto outra vez
Não há solução quando se é tão crédula
Especialmente quando não se transforma
Em pessoas igualmente horríveis como elas
De que ficamos sempre reféns com terror
De a qualquer momento serem maus de novo.

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