Tu és tão belo de se olhar
Que podia passar horas nisso
A contemplar cada aresta
Desse teu rosto de homem
A deter-me em cada sinal
Em cada centímetro
E finalmente afogar-me
Nesse teu olhar de rio
Translúcido e molhado
Desejosa de mergulhar
Para não falar desse sorrir
Que é dos mais luminosos
E esse teu nariz afilado
E pequenino na pontinha
O mais fofinho que existe
Não me lembro se te toquei
Nesse teu rosto que contemplo
Há anos com o teu conhecimento
Será que te lembras sequer
De quando eu disse uma vez
Como o teu amigo notou?
O rosto que devia ter sido
Feito um molde dele
Para se eternizar
Como beleza renascentista
Eu tentei um bocadinho
Por ti também fui artista
Mas tu só me valorizaste
Dessa mesma vez
Quando te fiz gordinho
Na cara que disseste
Que eu até que adivinhei.
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