O coração já não é o tambor do mundo
Ele transformou-se no maestro rebelde
Que não tenta marcar o passo da orquestra
Nem fazer todos os corpos dançar
Pois a vida está imersa em lodo
De rios assassinados à nascente
Para erigirem torres e horrores
O monstro do corpo de cimento
Cinzento a tapar o azul do céu
O coração já não é o tambor do mundo
Ele parou de pulsar e deixou-se sufocar
Pelo ar soterrado a fundo sem voar
E os pulmões e os cordões e os camiões
De repente começaram a esticar
Só para se colapsarem em si mesmos
E ninguém viu a morte chegar
Pois ela era tão branca quanto a cal
Que um dia caiou as terras de sal
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