domingo, janeiro 05, 2025

Acorde Maior

 Cortei as cordas
e não há acorde maior
foram muitas as hordas
de programações mentais
que desconstruí
para me livrar dos banais
amores por um meu melhor 
só de mim eu dependi

sábado, janeiro 04, 2025

Co (moção)

 Guarda os restos de mim
O que sobrou de ti
Como é comovente
Ver a esperança das gentes
De que é possível sim
Tudo o que as move
E fá-las contente 

Mas assinaria uma moção 
Com todo o meu coração 
Que pusesse em acção
Tudinho de repente 
E o meteoro já não 

quinta-feira, janeiro 02, 2025

Destino (s)

 Para quem já viu a teia caótica e que não existe destino, mas sim várias possibilidades que se vão afunilando numa só, consoante as nossas (in)acções e ficou muito quietinha durante muito tempo, numa de mr. nobody, eu fiquei com algum receio sempre do chorrilho de catástrofes que se desenvolve. Nem a morte em vida a impediu. 

Nada a ver

Morri para a vida quando ainda não estava cá fora e depois forcei-me a ela, continuando a confirmar que tudo era em vão e todos os esforços para mim não resultavam em nada senão para os outros, os que tiveram vida de facto, a quem eu quis e possibilitei que tivessem. Mas, mesmo quando me disseram que eu podia morrer a qualquer instante, eu continuei na minha, talvez porque tinha já tido noção muito cedo da morte, da minha morte na verdade. 

As pessoas dizem desabafar só comigo e eu me apercebo que elas fazem-no (até mesmo quando ru nunca lhes disse nada sobre o meu inferno diário), não só porque eu não as julgo e gosto delas, mas principalmente porque elas se sentem culpadas em relação a mim e tentam justificar as suas falhas desabafando as suas verdades e infortúnios. Foi estranho aperceber-me disto passados tantos anos.

Azul

 Um dia vi-te e aprendi que te tinha nas veias, plácido e caprichoso com os teus mil tons, eu era pequenina e desses genes ancestrais escrava do oceano e do firmamento, como os seres bioluminescentes confundidos com estrelas no mar. 

Eu quero o branco. O coração. A paz. Mesmo que seja eu eternamente azul. 

(02/01/2023 no insta com foto de azul do céu em degradé)

quarta-feira, janeiro 01, 2025

 e eu que sou triste 

e tenho o fado nas veias

sei que o teu amor não existe 

e perdi a esperança que me leias

Um mundo novo

  Talvez eu quisesse viver no teu mundo
Que é cheio de canções e animações 
Onde tudo é bonito e natural
Onde há mil cores e mil amores
E a pele está sempre coberta com sal

Eu sei que eu almejo paz e calmaria 
Como necessária bóia de sobrevivência 
E já não sou dada a folia como em criança
E há em mim uma profunda exaustão 
Mil traumas acumulados desde a infância
 
Mas, o meu ser mais amado inventado
De quem aguardei tanto um perdão 
Deu-me a conhecer uma fé e esperança 
Uma força maior do que a morte
Ele mostrou-me todo um mundo novo