segunda-feira, janeiro 13, 2014

Quando aqui não estás, de Al Berto

Quando aqui não estás 
o que nos rodeou põe-se a morrer 
a janela que abre para o mar 
continua fechada só nos sonhos 
me ergo 
abro-a 
deixo a frescura e a força da manhã 
escorrem pelos dedos prisioneiros 
da tristeza 
acordo 
para a cegante claridade das ondas 
um rosto desenvolve-se nítido 
além 
rasando o sal da imensa ausência 
uma voz
quero morrer
com uma overdose de beleza
e num sussurro o corpo apaziguado
perscruta esse coração
esse
solitário caçador

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