minha tristeza é campo baldio onde casas abandonadas são as ruínas do lar
(zona d casa azul em smp foi tapeada pela câmara)
Poesia filosófica; Poesia Visual; e outros objectos poéticos de Poeta mera observadora
Talvez, afinal, apenas sejamos bons antes dos cinco anos, antes da idade dos porquês. Não porque questionamos tudo e temos poucas respostas, mas porque nos apercebemos de que tudo é frustrantemente falso. E essa descoberta tira-nos a inocência, a pureza, a paz e ficamos violentos e cínicos como os demais.
Sentir que o teu amor era uma hipótese real fez-me entrar em modo kamikaze porque não cabia em mim tamanha benção.
Se um dia te disse que não acreditaria se dissesses que me amas, pois tu nem sequer me conhecias, hoje depois de tudo de horrível que conheceste de mim ("when everything's made to be broken, I just want you to know who I am"), se me dissesses que me amas, eu acreditaria.
Quando é que deixãmos de pensar?
A intelectualidade teve preguiça de passar à práctica e foi assim mais fácil regressar ao básico, a estupidez ganhou caminho na mente, avançou terreno e fez mesmo regredirmos aos mínimos pictogramas e grunhidos, acelerados e desfasados, aumentando a entropia.
Sou a pessoa que a pessoa que me pôs no mundo e a outra pessoa que mais amo no mundo me detestam e já desejaram a minha morte.
Que é esta minha sorte? 👌🏽🤷🏽🖤
As tuas poucas palavras mostraram-me mais sobre mim do que eu com as minhas na minha vida inteira.
Evitar pessoas e ocorrências relacionadas contigo, para ver se te esqueço, só me faz sentir mais isolada dos meus amigos, ter mais falta de ti, de te ver, de te ouvir, de sentir a nossa telepatia e ligação constantes.
Disseram-me que depois destes anos todos, se a tal da 'limerence' que sinto, ainda persiste, apesar de ter implementado todas as práticas para eliminá-la, tenho de admitir que os sentimentos existem, são reais e não uma fantasia. Houve (há -mds como custa escrever) mesmo uma pessoa de quem gostei (o).
E essa pessoa não gosta de mim. E está tudo bem assim. Porque eu também não gostei do que fiz.
Obrigada, Ben.
Às vezes, quando nós sofremos derrotas globais muito fortes nos valores humanistas, que nos são tão caros - como se deu mais recentemente nas eleições americanas -, dá-se uma onda generalizada de desmotivação. Aí é que é necessário relembrar que cada um de nós é uma centelha para o outro e que estamos todos juntos nesse titanic que o Mundo é. Deixar que a depressão ganhe, neste caso é deixar que as luzes que ainda podiam brilhar para alumiar outros também, se apaguem e a longa noite já não tenha sequer pirilampos mágicos.
Enquanto nós convalescemos apagados, os que planearam as nossas mortes continuam a avançar inimputáveis.
Muitas vezes, foi a minha indignação e raiva que falaram mais alto contra a dor, a tristeza, o desânimo e a sensação de incapacidade. Mas, nestes últimos dois dias, calhou relembrar mais que os artistas têm uma função comunitária, nomeadamente a de inspirar a continuar e serem um exemplo.
Quem não olha só para o próprio umbigo e pensa nos outros, é natural que esteja extremamente mal por causa do crescente e absoluto desrespeito pela vida dos que mais sofrem, que se tem propagado das máquinas fascistas para legitimar ódios latentes de várias franjas da população.
Lembro que durante o pior pandemónio pandémico, a magnífica artista @marinamelomelo , que carinhosamente depois apelidei de vanguardista, fazia inquirições sobre o que é que nos ajudava a não cair. Eu agora dei por mim a pensar: melhor, o que me ajuda a levantar, porque cair todos caímos por mais que a maioria nem pare para se aperceber do quão funda é a queda.
Nos últimos anos em que concluí um processo terapêutico muito abrangente e intensivo, aprendi que a real força está em reconhecer e acolher os tropeços e as quedas e não ignorá-las para poder sobreviver o dia-a-dia pensando que se foi em frente. Não se foi, só se está é a cavar um buraco mais fundo sem se dar conta.
Bem, posto isto, só para dizer que: cuidem-se a todos os níveis e olhem pelos outros, porque no fundo estamos todos a sangrar da mesma cor e a fitar o mesmo abismo.
A minha vida foi tão horrível e mesmo assim nunca perdi irremediavelmente a capacidade de olhar com beleza para as coisas, contemplá-las, não tanto na busca de sobreviver ao dia-a-dia (como eu pensava que era totalmente) mas mais por ser assim como eu sou, uma pessoa que enxerga o mundo nos seus detalhes, os péssimos e os belos. A tal coisa de que, em mim, ser poeta é ao mesmo tempo uma benção/salvação e uma condenação/maldição.
Sou completamente apaixonada por ele e detesto-me por isso. Queria que ele me tivesse escolhido. Mas ele nunca o fez. Vivo num sentimento tumultuoso e indefinido como quem não sabe ao que vem. Os meus olhos estão avariados de tanto estarem fixados numa imagem além. Que não existe senão miragem, fruto de um delírio colectivo que me fez adoecer. Não sabes que és perfeito? Para o meu cérebro cego. És.
Quando fazes covinhas e quando já não fazes; quando usas roupa caqui (que é coisa de beto e não gosto) e outras mais lilases; adoro tudo o que fazes, tal é a obsessão em que me trazes. E não vou sequer falar do teu cabelo, do teu suposto cheiro, do teu abraço, que o que mais queria era tê-lo - mentira, era o teu beijo no meu destino.
Saber que tu afinal nunca exististe foi a maior decepção que tive e é o maior sofrimento que carrego em mim, especialmente nas noites em que é tão difícil adormecer. De todos os feitiços que alguém me podia ter feito, o de estar apaixonada é das piores maldições. Uma paixão que já se tornou meio louca, pois grita um vazio e de tanto a voz do coração sangrar ficou rouca e não sabe mais se um dia será capaz de voltar a amar.
Uma das maiores misérias humanas é não se saber estar em paz. Não retirarem lições necessárias dela. Não valorizarem-na. Não saberem reconhecê-la.
A paz é a melhor coisa que um indivíduo pode ter em vida, daí que quando alguém morre se diga "Descanse em Paz".
Só que durante uma vida inteira, ninguém tem a Paz como objectivo. No máximo, alguns têm uma obstinação em alcançar uma iluminação espiritual ou uma paz de consciência em relação a algumas culpas que carregam. Mas ninguém faz da Paz um exercício diário como seu maior objectivo.
E a ironia maior é que se atingissem finalmente esse alvo de serem Paz, tudo o resto quereria dizer que não tinham mais outros problemas que precisamente lhes tiram a Paz. Como, por exemplo, o problema de não ter liberdade, dinheiro, saúde e outros.
Valia a pena experimentar, não? Por mais "aborrecido" que achássemos que ter paz seria. É melhor do que o quotidiano do Mundo.
Se ninguém defender e lutar activamente por espalhar o Bem nas suas comunidades locais, as máquinas e estratégias do Mal proliferam nos seus mecanismos e instalam-se sorrateiramente cada vez mais sob as máscaras das instituições comerciais, criando estruturas de dependência letais.
Os que pretendem lucros e dominação, têm de obter através das pessoas, subjugando-as e daí terem planos pré-estabelecidos com o objectivo de imporem as suas agendas a toda a sociedade. O que eles têm como valioso não é a vida dos membros das sociedades, mas sim o que podem obter delas para inclusive definirem depois as regras vigentes, propagando um moralismo controlador nefasto.
São pessoas que têm no seu carácter mormente violência, frustração e crueldade, sem qualquer amor à liberdade de escolha, à vida societal rica em todas as suas variantes da Cultura benéfica para a motivação e beleza do espírito, como o desenvolvimento interior do indivíduo.
Sim, essas ondas do Bem e do Mal existem e cada pessoa tem maioritariamente um tipo delas dentro de si e age em conformidade com isso afectando inevitavelmente a sociedade em que se insere.
Cabe a cada cidadão estar consciente disso e exercer o seu papel, alertar e estar atento ao que acontece ao seu redor.
Quando vieres
Pela primeira vez
Encontrar-me
Vem com todo o amor
Do mundo
Que guardaste o nosso
No teu eu mais profundo