... houve momentos em que te amei com uma doce ternura suspensa, como a que soa na primeira sinfonia de brahms.
nenhuma das tuas maldições pode eliminar isso, mas sei que o tempo sim.
quando me lias, ouvias a minha voz?
será que os pássaros ainda podem falar por ti?
só a dor e a mágoa nos fazem aprender, de uma vez por todas, a pôr limites e deixar quem nos faz mal. saiu-me bastante caro impor-te essa lição. rasguei completamente o meu coração. mas eu só existi ali, naqueles momentos, para a servidão.
mudei tanto, entretanto, pois umas trinta vidas processei. não sinto nada do que sentia pelos que senti toda uma vida. já nada, de novo, tem lugar. nem a morte a aguardar.
"o tempo vem, o tempo vai", um classicismo mesmo com o experimentalismo.
uma solitude absoluta de mais de doze anos e ainda não sei de nada nem me interessa saber. este vazio foi almejado. o fim da intelectualidade. sem o início de mais nada.
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