Depois de perder um grande amor
Fica um buraco fundo no peito
E não há nada que o preencha
Senão uma enorme dor
E isso não é nada de direito
Que se resolva com chá sencha
Passa-se muito tempo relembrando
De tudo o que foi de bom e de mau
São memórias que vão chegando
Aleatoriamente como um vau
Emergindo na seca do mar
Fazendo-se notar
Há um remédio no entanto
Que se aplica como tratamento
Duradouro e a seu tempo
Se vai encontrando unguento
Em fazer um novo tanto
De amigos, coisas e um alento
Mas a verdade ninguém esconde
Pelo menos não por muito
Seja rei, rainha, lorde ou conde
Sofre da mesma maneira
A humildade do penar
Mesmo não tendo esse intuito
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