terça-feira, julho 08, 2025

no meu insta c fotos e música Villa-Lobos tocada por Djedah

 - Li Sócrates, Platão e Aristóteles quando tinha treze anos, assim se sucedeu porque me refugiei de extremas violências fascistas de que desde sempre havia sido alvo em todo o lado (tendo eu nascido em 1981, ainda levei com resquícios de skinheads, etc.) - que me faziam querer nunca ter existido - numa biblioteca municipal. Acho que a minha necessidade de entender porque é que as pessoas eram como eram fez-me procurar nessas áreas, começando na filosofia e psicologia, passando por antropologia, enverando depois pelos mistérios policiais como os da Agatha Christie e derradeiramente por alguns dos grandes romances históricos, como os dos russos mais existencialistas  e os sul-americanos mais realistas. Poucos, mas muito bons. 

Hoje em dia, com fascizóides a lerem no parlamento nomes estrangeiros de crianças com a minha cor - que felizmente vejo serem muitas, ao contrário de mim que era a única assim nas minhas turmas sempre -, para instrumentalizarem mais uma vez o ódio deles, tenho andado novamente a pensar em como não há qualquer solução para sociedades que perpetuam ambientes violentos e egotistas. Espero que todos os miúdos que viram o seu nome tornado em arma contra eles, assim como já sentiam sobre a sua cor, possam nem sentir essas vozes odiosas porque são abafadas pelo amor das suas comunidades. Eu, no meu caso, tive esses filósofos e os livros, a arte e a cultura, a busca por uma nesga de beleza, sobrevivendo ouvindo música alto para abafar o imparável mal que me assolava a cada minuto, apenas para conseguir ter o mínimo de força para não me deixar matar por todos que sempre me odiaram só por causa de eu não ser igualzinha a eles. A luta continuará sempre. As nossas armas é que já são outras 🤞🏽🤞🏽✊🏽❤️





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