quinta-feira, julho 31, 2025

Da Dor

 A Dor quebra o ego
Destrói as ilusões 
Estilhaça as certezas
Torna vidente um cego
Enudece complicações 
E realça as delicadezas

É um marco que passamos
Para nos afinar o amor
É um portão que atravessamos
Sentindo do inferno o calor
E em brasas caminhamos
É só feito de enxofre o odor

Tudo o que ela esconde 
Vem à tona finalmente 
Já não te sentes gente
Não há uma luz que ronde
Só escuridão que arde
Sem fazer grande alarde 
Entranha-se simplesmente 

É ferida que dói e sangra 
Descontentamento descontente 
É a memória que arranha
Corpo, alma e a mente. 

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