Quando o amor está morto faz-se a autópsia das memórias:
todas as referências que se guarda dele
todos os momentos
todos os pormenores
palpados com as pontas dos dedos
em perscrutação dos tumores.
Do cemitério ao luto tudo se enegrece em vestes de dor
um abraço contínuo como se tentasse aplacar
ou mesmo estancar
tudo o que vaza do buraco no peito.
A vida continua, lá está,
como grande insulto e ofensa
para nossa maior indignação
pois o céu continua a ser azul
e o sol continua a brilhar.
É simples, mas o enterro é demorado,
tanto quanto uma via sacra
por uma paixão de um cristo
E a música fúnebre entra em loop na mente.
Não te esqueças de quantas vezes te amaram
e de quantas vezes amaste também.
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