Incrível como o tempo vai
Mas quando se convive com dor
Em termos quase diários
Nessa armadilha se recai
De reviver a perda do amor
Pela mágoa dos contrários
As águas passam mas não lavam
As almas que se prenderam
Numa constante atormentada dor
Porque não esqueceram e cavam
A sua sepultura onde se enterram
Quando em vez podiam ser amor
Porque é que persistimos nesse erro
De não nos permitirmos qualquer paz
Que não admitimos nem queremos
Porque tudo é pesado nesse enterro
Cada um de nós consigo é demais
Por mais que tanto nos amemos
As mágoas que duram uma vida toda
É isso de que és tu muito capaz
Ou de esquecer tudo e apagá-las
Mas não quereres tocá-las nunca mais
Porque não tens coragem de lavá-las.
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