segunda-feira, junho 30, 2025
O mistério da vida
sábado, junho 28, 2025
Quis saber-te
sexta-feira, junho 27, 2025
Precisas de tantas coisas assim(?)
Talvez eu tenha inventado de te amar perdidamente só para me perder numa fantasia imortal enquanto morria. Tudo o que padeci por ti ninguém o diria.
Hoje eu senti a mesma coisa que naquele tempo de aflição, só que não sou eu a mesma agora. O tempo não mudou o tanto de amor que eu senti, mas grande parte virou a maior decepção e não eras tu que eu queria no meu coração. Mas sim alguém que me amou mais do que tudo como eu o amei. Só que tu nem sequer me amaste.
Não parti de mim
Eu ainda sou a mesma, não parti. Embora tenha o meu coração sido já partido amiúde e tantas vezes o meu corpo despedaçado e ainda mais profundamente a minha alma trucidada, ainda que menos vezes, ainda sou eu quem quis que estivesses bem e fosses feliz, que tivesses, em suma, tudo o que querias, fossem pessoas, vinho, alegrias mil, fantasias eternas de primaveril, rotundas e bojudas derrières, infinitas músicas e arcas de noés.
Mas talvez tu saibas melhor do que eu, como sempre soubeste, consultando as tuas bruxas e livros, ou não, se eu sou de facto a mesma que te amou. Sei que não, mas não sei. Tudo aponta que sim. Mas não sei. Tu saberás melhor, como sempre soubeste. Deixo a ti a decisão. Como quando pesaste na balança e o meu coração não te valeu um quinhão. É, eu sempre fui a mesma, só a destruição que me atingiu mudou. Eu volto volta e meia ao que era antes no momento, aquele mesmo momento, em que não me deixei cair imediatamente ao balázio da bazuca no meu peito, apenas segui arrastando-me.
Eu fui o outro
Eu fui, até há pouco tempo, o outro. Fui primeiro os meus pais, depois a minha avó, depois o meu irmão, depois a minha irmã. Eu fui um bom bocado aquelas crianças que salvei na trilha, todas a que fui tomando conta ao longo da vida, depois aquelas mocinhas meninas coleguinhas, que tinham seus primeiros namoradinhos e eu socorria-as. Raparigas de meio corpo inteiro, meninas-mulhetes, meninos-amigos, primos, tios, tias, pessoas às colheres!
Eu fui depois eles, meninos-homens, confusos, sem nunca deixar de ser todos os outros. É, fui acumulando ordens; "prazer, Sónia, às suas ordens". Primeiro manos, depois ciganos, primeiro platónicos, depois sónicos, primeiro amores, depois dores, primeiro serenos, depois eternos, todos com pelo menos um momento muito mau.
No final, desisti, quis só ser de mim, eu, sem ser outro que nunca fui eu. Fiquei sozinha porque sabia que nunca esteve ninguém para mim.
quinta-feira, junho 26, 2025
Pirata com coração
quarta-feira, junho 25, 2025
Eu nunca pensei que ia sobreviver
Senão jamais este meu sistema
Tinha só feito tudo para se defender
E poupar todos da dor ainda maior
Hoje não falo mais sobre isto
Enterro tudo o que já foi
Sei as lições de cor
Contínuo na mesma luta
Para ir sobrevivendo
E quiçá um dia melhorar
Parar um dia de sangrar
E ter a paz da felicidade
De nada ser, sendo
Renascido
Ponte incompleta
Mente ao meu coração - Paulinho da Viola
Mente ao meu coração
Na palma da tua mão
Conta ao meu coração
Para que ele reviva as velhas esperanças
Mente ao meu coração
Que cansado de sofrer, só deseja adormecer
Na palma da tua mão
Conta ao meu coração
Para que ele reviva as velhas esperanças
Mente ao meu coração
Mentiras cor-de-rosa
Que as mentiras de amor não deixam cicatrizes
E tu és a mentira mais gostosa
De todas as mentiras que tu dizes
Que cansado de sofrer, só deseja adormecer
Na palma da tua mão
Conta ao meu coração
Para que ele reviva as velhas esperanças
Mente ao meu coração
Mentiras cor-de-rosa
Que as mentiras de amor não deixam cicatrizes
E tu és a mentira mais gostosa
De todas as mentiras que tu dizes
De todas as mentiras que tu dizes
De todas as mentiras que tu dizes
terça-feira, junho 24, 2025
dois grãos de um drão de Gilberto Gil
"os meninos são todos sãos
os pecados são todos meus
deus sabe a minha confissão
não há o que perdoar" - há sim
"por isso mesmo
é que há-de haver mais compaixão"
Colapso
mais uma tentativa d bio no insta lol
Portuguesa de gema mas n mto d clara pq tem albumina e sou um pouco intolerante 😝
segunda-feira, junho 23, 2025
Eles não sabem que o sonho não comanda a vida
sexta-feira, junho 20, 2025
quinta-feira, junho 19, 2025
Um homem de verdade
quarta-feira, junho 18, 2025
20 anos
terça-feira, junho 17, 2025
sexta-feira, junho 13, 2025
Um ser amado (de-todo-dia)
A soma de tudo
Foi tudo uma série de males-entendidos, de ser levada em erro por outros e cometer um enormíssimo erro.
Sucessão de pesadelos
Às vezes é difícil acreditar que aconteceu tudo o que tem acontecido: parece uma sucessão de pesadelos interminável que me parece ter piorado desde que me abandonaste.
Toda a gente morreu, toda a gente continua a morrer aos magotes, em catadupa. Por todo o lado a violência impera. O mal está ainda mais flagrante, visível e sonoro. Já ninguém se preocupa. Vivem todos entre a cobardia e o ódio. Ficaram todos mesmo zombies. Todos lobotomizados. Uns anestesiados, outros a emitir grunhidos, todos estupidificados, todos robotizados, dia após dia nas suas rodinhas de hamster. Uns são imunes, outros cruéis, riem às gargalhadas: outros esbravejam, mas entraram na mesma cowboyada.
Tu és feliz, sentes-te realizado, sabes que és amado e, no entanto, diz que não tens paz interior porque vives a querer adaptar a todos só para te amarem. Quase que tive dó de vocês os dois, ditadores vazios.
Tudo poderia ser tão melhor verdadeiramente para todos e nem sequer é preciso nada de muito difícil assim.
Mas ninguém quer ser melhor, senão melhor do que o outro naquilo que o outro tem. É por isso que todos os seres humanos nunca serão verdadeiramente felizes e em paz, e viverão neste infindo ciclo de pesadelos intermináveis.
quinta-feira, junho 12, 2025
quarta-feira, junho 11, 2025
segunda-feira, junho 09, 2025
Neste mundo
O que é que tanto nos une?
Sabes dizer? O que é que tanto nos liga a todo o instante, sempre, cá dentro e fora? Foi essa pandemia desgraçada, ou esse bonito desgraçado sentimento que não sai de todos nós, pelos vistos?
Eu já desisti há muito tempo de tentar entender tanta confluência, tanta coincidência, tanta dita sincronização, tanta aflição...
Fui eu que fiz? Sou eu quem ainda faço, seja o que for, alguma coisa? Por me deixar ir naturalmente, já sem ser muito exigente, já sem ser demente, já sem controlar seja o que for?
O amor que criámos salvou um bom bocado o mundo, mas nós falhámos em entender que só ele pode nos fazer realmente sobreviver. Então morremos, cada um para o seu lado, encolhido, quase encarquilhado de não ter mais o amor - essa água - a regá-lo.
domingo, junho 08, 2025
De tempos em tempos, vem de novo - embora já velha, eu e a ideia - aquela ideia de deixar de existir, normalmente patrocinada pelos mesmos algozes, mas às vezes, da maior parte, é mais por não ter remédio, não haver cura para a insuficiência suprarrenal, para a insuficiência de plaquetas, para a minha consequente insuficiência, enquanto pessoa que não se consegue salvar inclusive do stress pós-traumático complexo de uma vida vivida com pessoas que me fazem mal todos os dias ao básico das condições humanas.
E o mundo, esse, nem é preciso dizer, como ele ajuda para a festa funesta. De modo que cá estamos outra vez.
O que é que queres que te diga?
Queres que te diga que te amo e que esse amor destoçou-me, rasgando-me o peito deixando-o em ferida aberta, sangrando, em todos estes anos?
Que não houve até agora um só dia que não me viesses à cabeça, ou trocasse o nome de outro pelo teu nome na minha cabeça sem querer?
Que vivo numa corda bamba de ora tentar enveredar por detestar-te por tudo o que me fizeste, ora amar-te com o desespero de quem te perdeu e nunca te vai ver?
Que passo os dias a oscilar entre processos de calma e raiva? Tentando arejar, seguir em frente, porque "passado pertence a museu", porque "tudo muda", porque"tudo é ilusão", porque "eu nem sequer te conheço", porque "eu estou doente", porque "eu não tenho nada para oferecer", porque "eu ainda acredito", porque "há um amor que te vai merecer"...
Que muitas vezes ainda luto contra esta vontade de te ver, sabendo que provavelmente não és tu. Mas és, sempre foste, só tu. O meu amor de perdição, a minha danação. Esse amor que só existiu por segundos e na minha cabeça, sem nunca ter encontrado alguém que era a pessoa certa para mim. Nunca existiu ninguém, afinal, nem mesmo quando eu tinha 17 anos e o primeiro grande amor me fez querer morrer.
"Qual é o teu tipo?", perguntou um rapaz numa série a uma rapariga. Ela respondeu um dia depois quando o viu fazer um acto heróico: "o meu tipo é como tu foste, um incrível herói" e beijou-o.
Não há heróis na realidade, só há falsos heróis.
sexta-feira, junho 06, 2025
Suspensos
Iliteracia emocional
Ninguém mais escuta
Usam emojis
Não mais se expressam
Vivem na inércia
Dominados pela letargia
Escravos do facilitismo
A ansiedade e melancolia
Só têm pressa
Está tudo numa avaria
Emergem uns filhos da puta
E uns filhos da outra
Dificilmente têm lugar
Abstinência afectiva
quinta-feira, junho 05, 2025
De que tipo é o teu amor?
Um amor inexistente
quarta-feira, junho 04, 2025
Amor, a única certeza
terça-feira, junho 03, 2025
Obrigada
Meu amor,
Acho que nunca cheguei a agradecer-te por me teres dado o amor que eu sempre quis: esse amor eterno que ecoa infinito desde sempre e para sempre.
Espero que quando "passar os portões do céu" a tua voz doce com esse teu sotaque seja a primeira coisa que eu escute. Talvez, quem sabe, dizendo: meu bem.
Oiço agora os cânticos de uma voz ao longe, um canto que parece pastoral irlandês, lembro de ti, quando fizeste um canto similar mas mais grave e gutural.
Dizem que este mês vai ser atribulado. Para ti é sempre. Para mim também um bocadinho, mas o anterior é muito pior.
Desejo que continues bem. Eu cá vou-te esperando e sonhando com um dia, quando tudo se acabar, eu te possa encontrar nesse céu.