terça-feira, junho 24, 2025

dois grãos de um drão de Gilberto Gil

 "os meninos são todos sãos 

os pecados são todos meus

deus sabe a minha confissão 

não há o que perdoar" - há sim

"por isso mesmo 

é que há-de haver mais compaixão"

Colapso

 Sangria desmedida 
A vida por um fio
Fome e sede
Que matam
Não estanca a hemorragia 
Não há apoio em rede
Em dominós que colapsam 

mais uma tentativa d bio no insta lol

 Portuguesa de gema mas n mto d clara pq tem albumina e sou um pouco intolerante 😝

segunda-feira, junho 23, 2025

Eles não sabem que o sonho não comanda a vida

 Ele não sabe que eu o amo
E todos os dias o chamo
E ela não sabe que eu a amo
E todos os dias a chamo
E ele também não sabe
Embora eu já o tenha dito

Eles não sabem 
Que todos os dias 
Penso neles
Com tanto amor e saudade 
Procuro amiúde 
Para sentir mais pertinho 
E saber que estão bem

"the kind of love that sneaks up on you, I love you gumshoe"

sexta-feira, junho 20, 2025

 Dor da ausência 

A falta do afecto

A escassez do carinho

Humanos isolados 

Amor em falência 

Um egoísmo indirecto

Não sair do ninho

Relacionamentos acabados

 De cada vez

Que caio doente

De tanto sangrar 

Nunca é contigo 

Que posso contar 

Senão com um canto

De uma llorona distante

Que me ajuda a chorar 

Por dentro este magoar


(bleeding away. foto de pedaço de janela c dois pombos no candeeiro, no insta, Nostalgias de Silvia Perez Cruz e Juan Falú)

quinta-feira, junho 19, 2025

 Homens que acabam com mulheres tontinhas 
Mulheres que acabam com homens tontinhos
Essa é a definição primordial de casal?

Um homem de verdade

 Um homem de verdade tem compaixão 
Não sai por aí a destruir todo o coração 
Que vê como presa com o seu apetite voraz
Nem muito menos cobiça a do seu irmão 
Não se joga às brigas como um capataz 
Não é mesquinho e jocoso com os demais 

Um homem de verdade não tem segredos 
Não carrega com ele estúpidos medos
Que não enfrenta convenientemente 
Só para continuar a fingir que não mente 
E reinar num mundo como pobre vítima 
Atraindo um próximo que cai nessa rítmica 

Um homem de verdade não finge chorar 
Ela abre o peito, o coração e a mente
Deixa-se navegar e aprender com a alma 
E enfrenta bravamente o que ela mostrar
Sem dar desculpas nem obstáculos 
Ele não é de inventar ocos espectáculos
Onde só há explosões de fogos superficiais

Um homem de verdade é porque ele é homem e como é, como eu, que sendo
mulher, cometi um erro de rapaz e nunca mais fui a mesma pessoa. Esses comportamentos odiosos que só aumentam a culpa e perpetuam o ciclo do erro, porque é tão mais fácil ser um rapaz inconsequente do que um homem que é gente. 
 

quarta-feira, junho 18, 2025

20 anos

 Fica estranho
Essa coisa dos 20 anos 
Que eu disse antes
A ti também 
E depois aquele episódio 
Cubano insólito 
Mas agora ver-te de novo
Com ela ultimamente 
Quando te disse daquela vez
Que virias casado e feliz 
Foi a ela que eu vi mesmo 
Mas na altura não te disse 
Porque nem pensei 
De ser estranho vir ela
E não a mais recente 
As vossas miúdas parecem
Ser mesmo fofas como querem
Isso é bom, fico contente 
Já está mais do que na hora 
De eu meter isso na cabeça 

 Coração fora do peito
O que me foste arranjar 
Está no sorriso deles
Está na voz deles
Está no doce olhar
E eu não consigo mais 
Viver assim 
Longe de quem 
Me condenaste a amar
Todos os dias choro
Por dentro do meu ser
Nenhum deles me ama
Não para valer
E só aspiram outra vida
Sem mim a fazer parte
O que me uniu a eles
Não foi só arte
E eles um dia hão-de casar
E isso tudo irá acabar 

 "Deus queira que eu me livre deste vício deles que tanto me faz mal", pelo menos antes de morrer. 🙏🏽

terça-feira, junho 17, 2025

 Anoitece 
Tudo dorme 
Menos a distopia 
E toda a entropia 
Que existiu
E nunca some 
De dentro de nós 

sexta-feira, junho 13, 2025

Um ser amado (de-todo-dia)

 A vida trouxe-me
Família do coração 
E até de sangue 
Todos ligados a ti
Quis "o destino" ser assim
E eu celebro todos os dias
O facto de existires ainda
Mesmo que longe de mim

A soma de tudo

 Foi tudo uma série de males-entendidos, de ser levada em erro por outros e cometer um enormíssimo erro.

Sucessão de pesadelos

 Às vezes é difícil acreditar que aconteceu tudo o que tem acontecido: parece uma sucessão de pesadelos interminável que me parece ter piorado desde que me abandonaste. 

Toda a gente morreu, toda a gente continua a morrer aos magotes, em catadupa. Por todo o lado a violência impera. O mal está ainda mais flagrante, visível e sonoro. Já ninguém se preocupa. Vivem todos entre a cobardia e o ódio. Ficaram todos mesmo zombies. Todos lobotomizados. Uns anestesiados, outros a emitir grunhidos, todos estupidificados, todos robotizados, dia após dia nas suas rodinhas de hamster. Uns são imunes, outros cruéis, riem às gargalhadas: outros esbravejam, mas entraram na mesma cowboyada. 

Tu és feliz, sentes-te realizado, sabes que és amado e, no entanto, diz que não tens paz interior porque vives a querer adaptar a todos só para te amarem. Quase que tive dó de vocês os dois, ditadores vazios. 

Tudo poderia ser tão melhor verdadeiramente para todos e nem sequer é preciso nada de muito difícil assim. 

Mas ninguém quer ser melhor, senão melhor do que o outro naquilo que o outro tem. É por isso que todos os seres humanos nunca serão verdadeiramente felizes e em paz, e viverão neste infindo ciclo de pesadelos intermináveis. 

quinta-feira, junho 12, 2025

 Os meus olhos eram dele
As suas mãos eram minhas 
Os olhos dele eram meus
As minhas mãos eram suas 

Simplesmente eu era dele
Simplesmente ele era meu
E nós os dois éramos do mundo 

 O que foi que a gente fez?


(raio de amor por vocês, q foi tanto 😫)

 Confundiu-me a ternura
Um gesto teu
Agora entendo finalmente 
Como os nossos subconscientes
Se entrelaçaram tanto
E pensámos que era perseguição 
Tu repetias tudo 
Afinal eu também 
Só graças à distância 
Posso ver mais além 

Será que só te sobrou amargura 
Que não davas por mim vintém?
Será que não houve ternura
Uma doçura mais aquém?

Sei que não fui para ti nada
Do que foste tanto para mim
Mas espero que não foi tudo
Apenas dor e mágoa 
E grito mudo
E não apenas para me absolver

É tão difícil acreditar 
Que houve um amor puro
Que teve de se matar

segunda-feira, junho 09, 2025

Neste mundo

 Talvez o amor seja mesmo uma causa perdida 
Visto como coisa de pessoa ensandecida 
Tida como sensível, armada em artista
Sem os parafusos todos, sem jogar com o baralho completo 
Com o carácter demasiado correcto 
Sonhando sempre com o impossível 
Com valores superiores despertos
A liberdade, a paz, a ética, a bonomia
Não ser ganancioso e egoísta como todos
Pondo o puro amor acima dos jogos 
É, talvez o amor seja só para nós 
Os poetas, às vezes vistos como tolos 

O que é que tanto nos une?

 Sabes dizer? O que é que tanto nos liga a todo o instante, sempre, cá dentro e fora? Foi essa pandemia desgraçada, ou esse bonito desgraçado sentimento que não sai de todos nós, pelos vistos? 

Eu já desisti há muito tempo de tentar entender tanta confluência, tanta coincidência, tanta dita sincronização, tanta aflição...

Fui eu que fiz? Sou eu quem ainda faço, seja o que for, alguma coisa? Por me deixar ir naturalmente, já sem ser muito exigente, já sem ser demente, já sem controlar seja o que for?

O amor que criámos salvou um bom bocado o mundo, mas nós falhámos em entender que só ele pode nos fazer realmente sobreviver. Então morremos, cada um para o seu lado, encolhido, quase encarquilhado de não ter mais o amor - essa água - a regá-lo. 

O amor só salva quem ama verdadeiramente. Apercebi-me hoje. 
O resto fica por aí mergulhado na sua própria podridão.

domingo, junho 08, 2025

De tempos em tempos, vem de novo - embora já velha, eu e a ideia - aquela ideia de deixar de existir, normalmente patrocinada pelos mesmos algozes, mas às vezes, da maior parte, é mais por não ter remédio, não haver cura para a insuficiência suprarrenal, para a insuficiência de plaquetas, para a minha consequente insuficiência, enquanto pessoa que não se consegue salvar inclusive do stress pós-traumático complexo de uma vida vivida com pessoas que me fazem mal todos os dias ao básico das condições humanas. 

E o mundo, esse, nem é preciso dizer, como ele ajuda para a festa funesta. De modo que cá estamos outra vez. 

O que é que queres que te diga?

 Queres que te diga que te amo e que esse amor destoçou-me, rasgando-me o peito deixando-o em ferida aberta, sangrando, em todos estes anos? 

Que não houve até agora um só dia que não me viesses à cabeça, ou trocasse o nome de outro pelo teu nome na minha cabeça sem querer? 

Que vivo numa corda bamba de ora tentar enveredar por detestar-te por tudo o que me fizeste, ora amar-te com o desespero de quem te perdeu e nunca te vai ver? 

Que passo os dias a oscilar entre processos de calma e raiva? Tentando arejar, seguir em frente, porque "passado pertence a museu", porque "tudo muda", porque"tudo é ilusão", porque "eu nem sequer te conheço", porque "eu estou doente", porque "eu não tenho nada para oferecer", porque "eu ainda acredito", porque "há um amor que te vai merecer"...

Que muitas vezes ainda luto contra esta vontade de te ver, sabendo que provavelmente não és tu. Mas és, sempre foste, só tu. O meu amor de perdição, a minha danação. Esse amor que só existiu por segundos e na minha cabeça, sem nunca ter encontrado alguém que era a pessoa certa para mim. Nunca existiu ninguém, afinal, nem mesmo quando eu tinha 17 anos e o primeiro grande amor me fez querer morrer. 

"Qual é o teu tipo?", perguntou um rapaz numa série a uma rapariga. Ela respondeu um dia depois quando o viu fazer um acto heróico: "o meu tipo é como tu foste, um incrível herói" e beijou-o. 

Não há heróis na realidade, só há falsos heróis. 


sexta-feira, junho 06, 2025

Suspensos

 Ficaremos suspensos 
Como naquela imagem 
Em que flutuamos
Apoiados em nós 

E endoideço
Tudo outra vez
Só por segundos
Do teu riso

A tua voz foi salvação 
E condenação 

Iliteracia emocional

 Ninguém mais escuta

Usam emojis

Não mais se expressam

Vivem na inércia 

Dominados pela letargia

Escravos do facilitismo

A ansiedade e melancolia 

Só têm pressa

Está tudo numa avaria

Emergem uns filhos da puta

E uns filhos da outra

Dificilmente têm lugar 

Abstinência afectiva

 Depois de perder um grande amor
Fica um buraco fundo no peito 
E não há nada que o preencha
Senão uma enorme dor
E isso não é nada de direito 
Que se resolva com chá sencha 

Passa-se muito tempo relembrando
De tudo o que foi de bom e de mau
São memórias que vão chegando 
Aleatoriamente como um vau
Emergindo na seca do mar 
Fazendo-se notar

Há um remédio no entanto 
Que se aplica como tratamento 
Duradouro e a seu tempo
Se vai encontrando unguento 
Em fazer um novo tanto
De amigos, coisas e um alento

Mas a verdade ninguém esconde
Pelo menos não por muito 
Seja rei, rainha, lorde ou conde
Sofre da mesma maneira 
A humildade do penar
Mesmo não tendo esse intuito


quinta-feira, junho 05, 2025

 Alimento de amor
O peito teu
Talvez tenha causado
Uma espécie de enfarte 
A esse coração meu
Quando ouvi tua voz
Ecoar
Trespassando-me
Como eu ao te olhar
Tu
Meu
Eu 
Somente 
Sempre 
Teu 

De que tipo é o teu amor?

 Um amor ausente
Um amor negligente 
Um amor descontente
Um amor indigente
Um amor estupefaciente
Um amor insuficiente 
Um amor absorvente
Um amor subserviente 
Um amor ininteligente
Um amor renitente 
Um amor doente
Um amor inexistente 

(eu não sei, "em qual língua você passa o dente"?)
 Procuras respostas 
E eu podia pôr-te mil questões 
Só que não 
O silêncio é dourado
E a voz canto embalado
Saindo do teu peito
Aumentando a minha temperatura 

Procuro o teu olhar
Já não o teu sorriso 
Porque sei que é trocista e troçador
Meu amor, que terrorista 
Fui eu, ou depois anterior tu
Quem pior, não sei
De nós 

"Sai dessa"
"Me erra"
Qual é a nossa pior fera
Nesse "grilo brabo"
Que nos desespera?

quarta-feira, junho 04, 2025

Amor, a única certeza

 Se há alguma certeza neste mundo 
Que eu tenha 
É a de vos amar
Aos três 
A ela que não há mais bela
E a eles, esses dois irmãos 
Que me deram cabo do coração 

terça-feira, junho 03, 2025

Obrigada

 Meu amor, 

Acho que nunca cheguei a agradecer-te por me teres dado o amor que eu sempre quis: esse amor eterno que ecoa infinito desde sempre e para sempre.

Espero que quando "passar os portões do céu" a tua voz doce com esse teu sotaque seja a primeira coisa que eu escute. Talvez, quem sabe, dizendo: meu bem. 

Oiço agora os cânticos de uma voz ao longe, um canto que parece pastoral irlandês, lembro de ti, quando fizeste um canto similar mas mais grave e gutural. 

Dizem que este mês vai ser atribulado. Para ti é sempre. Para mim também um bocadinho, mas o anterior é muito pior.

Desejo que continues bem. Eu cá vou-te esperando e sonhando com um dia, quando tudo se acabar, eu te possa encontrar nesse céu.

segunda-feira, junho 02, 2025

Doidice - Djavan

 É natural
Um vendaval que passa aqui
Mais doidice ali
Ou uma seca que arrasou
Pior é não te ver agora
Aflora vícios
Claras manhãs
Ou tanto mais
Que eu possa ter
Nada quer dizer
Se o teu beijo não é meu
Cio chegando
Calor explodindo
Temores rondando o ar
E eu pensando em ti
Me apaixonei?
Talvez, pode ser
Enlouqueci?
Não sei, nunca vi
Preciso sair
Depois que descobri
Que há você
Nunca mais existi
É natural
Um vendaval que passa aqui
Mais doidice ali
Ou uma seca que arrasou
Pior é não te ver agora
Aflora vícios
Claras manhãs
Ou tanto mais
Que eu possa ter
Nada quer dizer
Se o teu beijo não é meu
Cio chegando
Calor explodindo
Temores rondando o ar
E eu pensando em ti
Me apaixonei?
Talvez, pode ser
Enlouqueci?
Não sei, nunca vi
Preciso sair
Depois que descobri
Que há você
Nunca mais existi
Me apaixonei?
Talvez, pode ser
Enlouqueci?
Não sei, nunca vi
Preciso sair
Depois que descobri
Que há você
Nunca mais existi
Cuanto más
Me olvidas
Te amo mas
Estrella, siento amor
No sé, no sé, no sé
No sé, no sé
Cuanto más
Me olvidas
Te amo mas
Estrella, siento amor
No sé, no sé, no sé
No sé, no sé