Às vezes sinto-vos à beira do precipício
São raras vezes mas vem-me a sensação
Do vosso aperto no coração e estômago
É de ti, dela e dele que me acontece
Como se o céu escurecesse e chovesse
Como se a agonia fosse coisa líquida
Que nos banha mas não nos lava
Meus outroras mais-que-tudo nesta terra
Eu não sei mais o que vos falasse
Por isso apenas tenho silêncio nas mãos
E nada dou porque esgotei tudo o que dei
Afinal vocês tinham razão e tudo passa
Ao contrário do que eu acreditava
Naquele infinito intenso palpável 'monolito'
Também graças a vocês aprendi que não
Que era e sempre foi minha a ilusão