Para quem não gosta de falar de si mesma, contei-te muito dos dias e das noites que passei sem ti.
Nas minhas digitais, nas pontas dos meus dedos, estás tu. Como película diáfana que eu posso tocar. Somente tu.
Habitas ao redor da minha cabeça, ser alado, qual fada, sim, podias ser, com os teus pózinhos brilhantes.
Guardei-te no bolso uma vez, quase que asfixiaste e eu até hoje me culpo por ter sido tão ogre e não ter entendido que eras apenas uma criança pequenina, frágil e matreira também. Quase uma raposinha, mas não.
Pensei-te menino, homem, criança, adulto, malvado também. Eu que sempre fui selvagem, de espírito indomável, vi-me presa do caçador que me investigava.
Hoje somos dois perdidos numa floresta demasiado distante para que alguma vez nos esbarremos, pois era assim que a fábula tinha sido escrita naquele lugar onde estavas tu.
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