Este amor não acaba nunca
Porque eu e tu somos grãos
Alagamo-nos, inundamo-nos
Secamo-nos com o árido sol
Germinamos nos mesmos chãos
Brotando do invisível lençol
Só para ir beber numa espelunca
Somos poetas atormentados
Por essa lua que resolveu nos cegar
Pelas emancipadas ninfetas
E artistas mancebos ilustrados
Iluminados mas tão a atrapalhar
Tudo o que precisa de estafetas
É colheita tardia predestinada
Quando a seara amadurecer
E o brilho do luar enternecer
Com a sua ansiada chegada
Com o passar dos anos a voar
Hoje haverá estrelas cadentes
As Perseidas irão chover
Para que nós de Agosto doentes
Possamo-nos finalmente perder
Elas cairão como grãos brilhantes
Lá do alto do negro pano do céu
Flamejantes desejos de quem sofreu
Pediremos que continuemos
Vivos e que um dia diremos:
«Sempre e para sempre, amor meu»
(Próxima "super lua", última do ano, tb chamada como Lua de grãos"
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