domingo, setembro 11, 2022

Era uma vez uma tonta

 Porque é que tenho saudades tuas
Se não te conheço mesmo
Se dizes que não és real para mim
Se não existes sequer no que sinto
Porque é que há esta força maior
A puxar-me e já estou dentro de ti
Sem os olhos abrir
Corpos tão desiguais
O meu apenas velhice e ossos
Por isso também não quero que vejas
E guardes só aquela memória 
Meio ébria meio iluminada
Meio embaraçada sem ser eu
Apenas mais uma tonta que te aconteceu
Como me puseste nessa categoria
Em que me encaixei a ver se te ajudava
A ensinar o que era preciso que visses
E parasses de fazer como me contaram
Mas no fundo se eu escolhesse hoje
Não tinha feito rigorosamente nada.

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