O pior é que eu sei que o meu fim aqui está perto, é bastante óbvio para mim há algum tempo, por mais que queira por vezes contrariar tudo e acreditar que não, que ainda vou durar, que ainda vou durar... Não faltou que lutasse todos os segundos, a cada vertigem, a cada sangramento, a cada desfalecer, mas nunca nada é suficiente, mesmo tendo tentado tudo um pouco, todas as ciências e todas as crenças. Acontece aos melhores. É. Aos piores também, imagino. Gracejar pela graça da graça ou somente pela ligeira beleza da dança das palavras sempre foi uma actividade assaz aprazível.
Talvez nem chegue a conhecer a Laura mesmo e tenha sido mesmo como se pensou inicialmente e ela me tenha vindo substituir. Ao menos ainda tive a alegria de saber disso, de vê-la a chegar ao Mundo. Ela há-de ter tudo o que eu não tive e me faltou, ela continuará o bom plano para a humanidade e ser simplesmente imenso Amor.
Continuo com pena de me ter envolvido com tanta gente nova que provavelmente sentirá, mas espero que lhes passe muito rápido a tristeza que lhes causarei; tentei muito para que se desligassem, ainda assim, mesmo tendo pessoas a aconselharem-me a não fazê-lo. Não queria preocupar ninguém. Às vezes parece que não acerto uma para a caixa. E sem falar nele então, que nem há palavras. É, o que fiz não merece perdão, é o que tenho dito. Ele é tão teimoso e forte que dá a volta por cima rápido, também, espero. Além do que, se tudo se deu assim, é porque também permanecerá sempre aquilo que eu tinha lhes dito. Quem sabe, não é? Ninguém voltou para contar, pois não?
Acima de tudo tenho saudades. Sim, meu menino.
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